terça-feira, 1 de maio de 2018

Uma aventura perigosa


Mal o dia começou, uma parte dessa turma já estaria na praia Vermelha, Urca RJ. Local de nossa aventura desse feriado. Sete nadadores entre homens e mulheres e três caiaques como apoio. Eu em um deles com dupla tripulação... destino ilha do anel, ao lado da ilha de Cotunduba. Depois de uma parada na padaria para um pãozinho com manteiga rumamos para a praia vermelha. A turma de nadadores eufórica ja vestia seus Long Jonh e se preparavam para a travessia. Eu, Torquato, e Júlio alugamos dois Caiaques para se juntar com Raphael com o seu, e Maria, a filha do Vitor com um stand up formamos o quarteto que daria a segurança e apoio da travessia. Tudo começou muito calmo e tranquilo, apesar da água super gelada. Nos reunimos umas três vezes para uma mesa redonda e descanso dos nadadores. Metas traçadas revisadas e checagem das condições de todos. Já passavam de 40 minutos de muita braçada nadando e remando. Um dos nadadores se distancia bastante do grupo e nossa preocupação aumenta com a chegada de algumas embarcações cruzando nosso trajeto. Traineira, lancha, rebocador e... bem! Isso merece um paragrafo a parte. O que vimos a esquerda do grupo só começou mesmo a nos preocupar quando notamos, que a ilha de Cotunduba, pra nossa  surpresa, não estava mais a nossa frente e sim nossa esquerda, e a centenas de metros de distância. Nessa altura já havia dois nadadores bem à frente de nos. Marcelo e Vitor se destacaram demais de nos, e não conseguíamos sair mais do lugar... estávamos sendo arrastados. Nisso aparece o que eu temia. Um enorme cargueiro que de muito longe parecia estar atracado, começou a se aproximar. No começo temi pela vida dos dois nadadores que se afastaram de nós. O outro grupo com Lúcia, Michele e Ana, esta mais atrás ja sendo rebocada pelo Caiaqui do Torquato e Márcio e o Barba que formavam o segundo pelotão já davam sinais de preocupação tbm. Algo não estava saindo conforme planejamos. Aquela altura já procuravam a popa de nossas embarcações para se apoiarem. Não havia ainda sinais que cansaço, pois como nadam bem essa turma, mas a correnteza estava cada vez mais forte, saindo do controle.
Bem! Não sei o que cada um pensou naqueles minutos e depois horas de intermináveis braçadas e remadas que  nos submetemos. Tudo aconteceu muito rápido. Não saíamos do lugar. Por mais que nos esfirçassemos nada acontecia. Só o Navio que crescia na nossa frente como um prédio de 20 andares.  Gritavamos pra os dois nadadores voltarem, pois o navio cargueiro se aproximava, e tentávamos sair daquela situação. Nada dava resultado. Nunca remei com tanta vontade. Vontade de poder contar essa estória na terra, não no céu. Enfim conseguimos sair da rota do cargueiro, mas isso não nos fez nos agrupar novamente. Um certo pânico começou a tomar conta do grupo. Tínhamos opiniões contrárias sobre o que fazer naquela hora. Não dava mais para parar e discutir o que iríamos fazer. Estávamos sendo levados e grupo começou a se espalhar. Nesse momento já tínhamos desistido de nosso objetivo, e eu tinha em mente tentar alcançar a pedra do anel de volta, pois ali já estaríamos em águas mas calmas e abrigadas. Eu e meu parceiro de caiaque começamos a nos desentender de como sairmos daquela situacao. Cada um remava para um lado e nao saiamos do lugar. Eu nao tinha mais forças pra me virar para tras e ver a situação de cada um. Júlio me transmitiu a informação que Torquato rebocando a nadadora Ana estava logo atrás de nós. Esse nosso triatleta de 68 anos estava muito bem e segundo a conversa na mesa do bar durante o almoço na volta pra casa uma coisa era unânime. Se ele estava calmo estava tudo bem. Todos confiavam demais em sua experiência... eu ao avistar a esquerda de mim muito ao longe a embarcação do Raphael rebocando o Marcelo que gritava bastante pra me convencer a atacar a praia do Leme, em Copacabana. Raphael com sua enorme experiência e nosso líder nessa aventura após alguns momentos de indecisão acatada a ideia de Marcelo e já rumava para lá. Ao meu lado estavam Marcio, Michele e o Barba, que já seguravam nosso Caiaque pra descansar após muitas pancadas de nosso remo, e do bico do caiaque. Resolvi então enviar a embarcação para as pedras e quando chegasse la tomaria a decisão pra onde seguir. A correnteza fazia disso um tempo interminável e o cançaso e a dor nos joelhos e lombar já me tiravam a paciência, mas a obstinação de chegar a um porto seguro ultrapassou a dor fisica. Como que anestesiado remei como um robô. Precisava fazer isso. Nesse momento vi que o plano de Marcelo e Raphael já fazia resultados. Eles já ultrapassavam a linha da corrente marítima e rumavam para a praia. Acreditei muito nisso e usei toda a energia que me restava pra tomar esse rumo. Vitor, 50 anos, o unico sem pé de pato era o único que ainda não se apoiava na embarcação e dava show dentro d'água. Lembrei das horas intermináveis que ele dedicava a natação no clube que estava dando resultado.
Lembrei tambem do acidente que tive em casa em julho do ano passado quando rompi o bíceps, do braço esquerdo, e da persistência de reforçar a musculatura auxiliar que durante esses últimos 8 meses me deram essa condição de sair dessa situação que me encontrava. Agradeço meu esforço a Deus por não deixar as coisa pioraram para nos. Estava chegando a praia e o sistema parasimpatico ao ver a praia chegando relaxou minha musculatura e as dores se ac
enturaram. Faltava pouco metros até a areia. Tínhamos conseguido. Iríamos nos reunir dar boas risadas em torno da piscina do clube após o almoço. Ufa