terça-feira, 8 de outubro de 2019

Bangalofumenga da sapucaia

Hoje pela manhã, ao ir para o trabalho, eu encontrei minha querida amiga Nilcea. De longe pude identificar quem vinha do outro lado da rua. Com seus passos curtos e apressados, no seu corpinho franzino e esguio, coroado pelos seus alvos cabelos muito bem desenhados por tras da orelha, e um pequenino arco sobre a cabeça enfeitando seu penteado, acredito eu ser essa sua única vaidade, pois nesse sentido a vejo como muito discreta. E vinha ela dentro dos seus 91 anos de idade. Hoje é dia de São José disse me ela muito alegre e com um sorriso irônico que ja faz parte de sua personalidade. Estou indo a missa. Sorri e dei o abraço que ela tanto merece, e que tambem me faz falta, e logo em seguida comentei com ela sobre a sujeira nas ruas de nossa cidade. Bangalafumenga disse me ela. Pausa pra interpretar o que ela queria me dizer, pois o carnaval já passou tem duas semanas, estamos mais pra Páscoa do que pra folia. Será que o bloco carnavalesco com esse mesmo nome andou fazendo um repeteco por aqui? A essa hora? Nada disso, bangalafumenga quer dizer coisas sem valor... disse me ela! Interessante isso, pois achava que era apenas um grupo de animados foliões que se reúnem na Praça xv durante o Carnaval. E assim fomos nós proseando, como acontece sempre que nos encontramos. Parece que não existe mais Sapucaia, disse ela me deixando confuso novamente. Como assim? Acabamos de ver os desfiles na avenida esse ano, quando a tradicional escola de samba da mangueira sagrou se campeã. Não li nada sobre o assunto... Sapucaia é onde se coloca o lixo das cidades, vc não sabia? Agora complicou, pensei rápido me preparando pra mais uma lição nessa manhã. Estou sabendo agora, e digo pra senhora, uma surpresa para mim...
Dona Nilcea faz parte de um grupo de senhoras da igreja, muito queridas, amadas e simpaticas, e que nos encontravamos num restaurante aqui perto de casa para almocarmos juntos, quase todo dia. O tempo foi passando, muitas delas não se encontram mais entre nos, e graças ao meu bom Deus, quis ele que eu compartilhasse de sua adorável companhia por mais um bom tempo. Não nos vemos mais com tanta frequência, mas não fico muito tempo sem perguntar por ela para algum dos comerciantes da região. Semana passada mesmo, uma delas me disse ao aborda la sobre nossa amiga. Ela tem saido pouco devido a violência. Fiquei imaginando ela com medo da violência. Uma pessoa tão enganjada, tao politizada, dona de opiniões sólidas e de valor não poderia estar se curvando a isso... outra lição para mim. O mundo de hoje não tem espaço para ideais. Uma selva de pedra com valores tao diferentes deve mesmo estar preocupando muita gente. As vezes não lutarmos contra a maré é o melhor a se fazer. Entender o processo da vida, aceitar e nos adaptar é uma forma de sobreviver, Sem nunca deixarmos de ter nossa pitada de ironia e alegria fazemos o dia da gente e de quem encontramos pela frente muito mais animado. Assim levamos nossa vida. De acordo com o que compreendemos, o que não compreendemos deixamos de lado, ou jogamos na Sapucaia, para não sermos atropelados pela bangalofumenga

terça-feira, 1 de maio de 2018

Uma aventura perigosa


Mal o dia começou, uma parte dessa turma já estaria na praia Vermelha, Urca RJ. Local de nossa aventura desse feriado. Sete nadadores entre homens e mulheres e três caiaques como apoio. Eu em um deles com dupla tripulação... destino ilha do anel, ao lado da ilha de Cotunduba. Depois de uma parada na padaria para um pãozinho com manteiga rumamos para a praia vermelha. A turma de nadadores eufórica ja vestia seus Long Jonh e se preparavam para a travessia. Eu, Torquato, e Júlio alugamos dois Caiaques para se juntar com Raphael com o seu, e Maria, a filha do Vitor com um stand up formamos o quarteto que daria a segurança e apoio da travessia. Tudo começou muito calmo e tranquilo, apesar da água super gelada. Nos reunimos umas três vezes para uma mesa redonda e descanso dos nadadores. Metas traçadas revisadas e checagem das condições de todos. Já passavam de 40 minutos de muita braçada nadando e remando. Um dos nadadores se distancia bastante do grupo e nossa preocupação aumenta com a chegada de algumas embarcações cruzando nosso trajeto. Traineira, lancha, rebocador e... bem! Isso merece um paragrafo a parte. O que vimos a esquerda do grupo só começou mesmo a nos preocupar quando notamos, que a ilha de Cotunduba, pra nossa  surpresa, não estava mais a nossa frente e sim nossa esquerda, e a centenas de metros de distância. Nessa altura já havia dois nadadores bem à frente de nos. Marcelo e Vitor se destacaram demais de nos, e não conseguíamos sair mais do lugar... estávamos sendo arrastados. Nisso aparece o que eu temia. Um enorme cargueiro que de muito longe parecia estar atracado, começou a se aproximar. No começo temi pela vida dos dois nadadores que se afastaram de nós. O outro grupo com Lúcia, Michele e Ana, esta mais atrás ja sendo rebocada pelo Caiaqui do Torquato e Márcio e o Barba que formavam o segundo pelotão já davam sinais de preocupação tbm. Algo não estava saindo conforme planejamos. Aquela altura já procuravam a popa de nossas embarcações para se apoiarem. Não havia ainda sinais que cansaço, pois como nadam bem essa turma, mas a correnteza estava cada vez mais forte, saindo do controle.
Bem! Não sei o que cada um pensou naqueles minutos e depois horas de intermináveis braçadas e remadas que  nos submetemos. Tudo aconteceu muito rápido. Não saíamos do lugar. Por mais que nos esfirçassemos nada acontecia. Só o Navio que crescia na nossa frente como um prédio de 20 andares.  Gritavamos pra os dois nadadores voltarem, pois o navio cargueiro se aproximava, e tentávamos sair daquela situação. Nada dava resultado. Nunca remei com tanta vontade. Vontade de poder contar essa estória na terra, não no céu. Enfim conseguimos sair da rota do cargueiro, mas isso não nos fez nos agrupar novamente. Um certo pânico começou a tomar conta do grupo. Tínhamos opiniões contrárias sobre o que fazer naquela hora. Não dava mais para parar e discutir o que iríamos fazer. Estávamos sendo levados e grupo começou a se espalhar. Nesse momento já tínhamos desistido de nosso objetivo, e eu tinha em mente tentar alcançar a pedra do anel de volta, pois ali já estaríamos em águas mas calmas e abrigadas. Eu e meu parceiro de caiaque começamos a nos desentender de como sairmos daquela situacao. Cada um remava para um lado e nao saiamos do lugar. Eu nao tinha mais forças pra me virar para tras e ver a situação de cada um. Júlio me transmitiu a informação que Torquato rebocando a nadadora Ana estava logo atrás de nós. Esse nosso triatleta de 68 anos estava muito bem e segundo a conversa na mesa do bar durante o almoço na volta pra casa uma coisa era unânime. Se ele estava calmo estava tudo bem. Todos confiavam demais em sua experiência... eu ao avistar a esquerda de mim muito ao longe a embarcação do Raphael rebocando o Marcelo que gritava bastante pra me convencer a atacar a praia do Leme, em Copacabana. Raphael com sua enorme experiência e nosso líder nessa aventura após alguns momentos de indecisão acatada a ideia de Marcelo e já rumava para lá. Ao meu lado estavam Marcio, Michele e o Barba, que já seguravam nosso Caiaque pra descansar após muitas pancadas de nosso remo, e do bico do caiaque. Resolvi então enviar a embarcação para as pedras e quando chegasse la tomaria a decisão pra onde seguir. A correnteza fazia disso um tempo interminável e o cançaso e a dor nos joelhos e lombar já me tiravam a paciência, mas a obstinação de chegar a um porto seguro ultrapassou a dor fisica. Como que anestesiado remei como um robô. Precisava fazer isso. Nesse momento vi que o plano de Marcelo e Raphael já fazia resultados. Eles já ultrapassavam a linha da corrente marítima e rumavam para a praia. Acreditei muito nisso e usei toda a energia que me restava pra tomar esse rumo. Vitor, 50 anos, o unico sem pé de pato era o único que ainda não se apoiava na embarcação e dava show dentro d'água. Lembrei das horas intermináveis que ele dedicava a natação no clube que estava dando resultado.
Lembrei tambem do acidente que tive em casa em julho do ano passado quando rompi o bíceps, do braço esquerdo, e da persistência de reforçar a musculatura auxiliar que durante esses últimos 8 meses me deram essa condição de sair dessa situação que me encontrava. Agradeço meu esforço a Deus por não deixar as coisa pioraram para nos. Estava chegando a praia e o sistema parasimpatico ao ver a praia chegando relaxou minha musculatura e as dores se ac
enturaram. Faltava pouco metros até a areia. Tínhamos conseguido. Iríamos nos reunir dar boas risadas em torno da piscina do clube após o almoço. Ufa

sábado, 7 de outubro de 2017

Um encontro inusitado

Foi assim um encontro inusitado, e dessa forma... como descreve-lo sem recordar tudo que mais nos agrada nessa vida? Vamos lá! Retornemos nossos  pensamentos para lembrar com bastante atençao de alguma coisa que por algum motivo tenha lhe trazido um encontro inusitado. As coisas mais sutis que muitas vezes não nos damos conta, mas que fazem parte de nossas vidas, sao momentos só nossos. O contato do corpo cansado com sua cama, da boca com seu doce predileto, do ouvido com sua música predileta, de seu corpo com a roupa que mais se gosta, acordar ouvindo a voz dela, do amigo que vc não vê a anos. Os olhos quando leem com atençao o bilhete que alguma adorável pessoa lhe deixou antes de te deixar, mesmo que por breves momentos causam esse fenômeno. Estamos relaxados e despretensiosamente atarefados, até sermos pego por tudo isso que nos causam, de uma forma ou de outra, uma irresistível sensação de bem estar. Esse encontro com nossos sentimentos, sentidos, e sensações intensas e prazerosas, que deixam a alma rubia... tem a ver com cores, com sintonia, com alegria, nos toca como uma sinfônica, isso mesmo, uma orquestra toca dentro de você. Alguém já me falou de borboletas na barriga, outras de lágrimas que desviaram do sorriso no canto da boca ao correrem de felicidade. Um turbilhão de emoções se encarrega de te dizer no seu ouvido, na sua mente, daqui a pouco no corpo todo... Esse é um encontro inusitado.
Como é bom, como foi bom, e estamos a cada dia a mercê dessas sensações que nos levam a acreditar que estamos aqui juntando cada pedacinho disso tudo, para fazermos nossa estória. Vamos ter muita coisa pra contar pra nossos sentimentos, antes de desistimos de amar... definitivamente acredito que não é a vida quem nos faz, somos nós que a fazemos à cada dia, e cada vez melhor... viva o encontro nosso de cada dia.
Ivany CN

sábado, 17 de junho de 2017

Impassível e infalível como Bruce Lee



Quando as coisas vão começar a acontecer? Ninguém sabe, não é mesmo? Quantos sonhos, quantos planos...  nem sempre acontece, e nem termina como planejamos, concorda? Pois é, a vida não é um roteiro com script ensaiado e encenados. Muitas curvas e lombadas nessa estrada nos levam a um futuro que só a Deus pertence...  mas notem, tem muita gente que provavelmente e mesmo que aparentemente tem o quase domínio de suas vidas, planos e sonhos... qual será o segredo dessas pessoas? Destino, esforço, sorte, fé, atração, escrúpulos, a falta deles... O que será? Na verdade, nesse exato momento, a maioria das pessoas que muito de nós estamos imaginando nessa situação estão envolvidas com problemas até maiores que os nossos. E aí? Hão de me perguntar alguns de vocês... surpresa? espanto? Na verdade, não há ninguém nesse mundo que em algum momento de sua vida, ou ate diariamente não tenha se  decepcionado com algo que tenha dado errado, viu seus planos como um barco inundarem de água e seus sonhos se tornarem um pesadelo. Sabe o que acontece com elas, essas pessoas tão impassíveis? Você terá que perguntar- lhes se quiserem saber, pois se não fizerem, nunca saberão. Mas nem precisa, fica até feio querer indagar. Eu então vou lhes dizer... São pessoas comuns como todos nós, apenas sabem digerir com uma certa e quase infalível dose de confiança, essa determinada situação sem abalar seus outros objetivos... isso mesmo! Quem vive de um único objetivo, quando esse dá errado sua vida acabou, e na verdade nunca acaba, mas sua vida fica estagnada. Veja num jogo de futebol. Se quando estamos atacando por um lado e a defesa adversária está bloqueando seus avanços, o técnico muda, e ataca pelo meio, pelo outro lado, recua, mas não desiste. Esse jogo tá perdido? Tem o segundo tempo, tem outro jogo... elas não se entregam, só isso!
E é assim que passamos por tudo sem deixarmos nosso time ser rebaixado.
 Preparados pra o próximo jogo?

Ivanycn

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Chips ou miolos

Que estamos mais informados isso não há duvidas... Nas ultimas décadas ate uma criança de quatro anos pode saber onde sua querida mãe está. Nada passa despercebido, nada é mais mistério, nada fica sem resposta. Contudo, tudo isso tem um preço, não se engane! Note você, que já passou dos 40, que nesse tempo que passou pensando em si, olhe em volta e veja quantas coisas mudaram ao seu redor. Como a velocidade das coisas aumentou. Olhe o semblante das pessoas... Não consegue? Elas passam muito rápido por você, né? Estão com muita pressa? Nao olham nos olhos! Então, eu lhes digo uma coisa... Na maioria das vezes, mesmo com essa pressa toda, elas chegam atrasadas... As filas são enormes, muita gente em todos os lugares, muito carro, e o engarrafamento que começou no inicio do milênio, nunca mais acabou.
Realmente tivemos muito crescimento... milhares de produtos e serviços que levariam mais conforto, infelizmente, na maioria das vezes não funciona. Tem que reclamar? Vc tem tempo para isso? Adianta? Desistiu? Acomodou? Aceitou? E sua saúde? Do corpo, da mente, o equilíbrio... Onde ficam? Pára tudo! Volta ou quero descer. Onde foi parar o bem querer? A palavra de honra? Eu prometo! Me perdoa, sinto muito... !
Quer saber? Nos ensinaram a pensar como máquinas e eu nem percebi. Nos tratam como máquinas e nem notamos, não acreditaríamos, imagina! Eu, uma máquina? Jamais! Logo eu? Rsrsrs

Ivany C Neto

sábado, 8 de abril de 2017

Árvores

Nao margem as árvores

Na minha varanda quando avisto o horizonte estou poucos centímetros acima da copa das árvores... sabem o que isso quer dizer? Nada! dirão algumas pessoas... outras me perguntarao sobre a hora que as maritacas se recolhem antes do anoitecer, se empoleirando em seus galhos. Elas assim como os sabiás, coleros, rolinhas e pardaus, e quando despertam, formando uma senhora orquestra. A tardinha abriga nobremente o canto das cigarras que tão bem se escondem pra fazer tanto barulho. Da melodia das folhas embaladas pelo incomparavel intérprete de bethoven, que atende pelo nome de vento...
Outro fato marcante é sua generosidade em abrigar em sua sombra tanto quem se agrada com ela como os que sem motivos não, e isso é muito nobre. O que entao dizer do perfume que as envolve quando a noite vai chegando, e estamos nos, muito preocupados com nossos problemas para então apenas nota-las...
Elas, as arvores do nosso planeta, essas enormes e pouco admiradas usinas de energia têm lá suas vaidades. Posso acompanhar de perto como seus cabelos se tingem de acordo com as estações ao longo do ano. Ora mais morenas, ora mais ruivas, ora mais clarinhas... mas seu verde mais marcante, sem duvida nenhuma se dá com a chegada da incomparável primavera... essa sim sua melhor roupagem.
Estamos no outono e elas começam a trocar de visual. Estão mais desapegadas, deixando ir os fios que já cumpriram sua missão, e começam a enriquecer o solo novamente e prepararam dessa forma sua nova roupagem para o final do ano, quando desfilarão numa passarela de cores sua mais nova coleçao. . . Vale um minuto de seu dia uma homenagem a essa enorme e bela colaboradora da natureza que apesar de tudo continua firme e forte, cumprindo seu papel de trazer vida para nosso planeta. Uma salva de palmas para todas as arvores do mundo.

Ivany CN

sexta-feira, 17 de março de 2017

A Crise



A crise moral que toma conta de nosso país anda causando reflexo em todos os setores de nossa sociedade. Estamos dando péssimos exemplos para as próximas futuras gerações? Já não bastasse a crise do ensino no país, assim como a crise econômica, toda essa terrivel perda de credibilidade está disparando uma centenas de conflitos e maus exemplos que muito provavelmente levará décadas para consertarmos... Ninguém assume mais nada que faz. Uma pequena discussão passou a ser uma disputa não pelo entendimento, e sim por quem vai ganhar a disputa como se ganhar fosse uma questão de honra, custe o que custar. Não vou dar o braço a torcer, mesmo que ele esteja certo... nego que fui eu até a morte! Afinal tenho dinheiro, poder e um bom advogado... nunca ficarei preso!
O pior é que os mais velhos que de onde deveriam vir os melhores exemplos são onde se vê mais falta de sabedoria...  ou até demais em alguns casos. Então? Os direitos e deveres são pra uns, os primeiros, e pra outros, os deveres? Em que alicerces estamos construindo nossa sociedade? O que estamos deixando de herança como exemplos para os que estão por chegar? Como explicar tanta insensatez? O que é uma mentira? E uma desculpa? Quanto vale uma verdade? Quantas interrogações, ne?
Pois é... esse mês ficamos por aqui, como numa sessão Lacaniana, eu interrompo por aqui nosso papo mensal pra dar espaço, uma lacuna... e refletirmos pra onde caminha nossa humanidade...